Outcomes fonocirúrgicos no Edema de Reinke: uma análise retrospectiva

Nuno Medeiros, Joana Ferreira, Cristina Aguiar, Eugénia Castro, João Larangeiro, Artur Condé

Resumen

Introdução: O edema de Reinke é uma patologia que, apesar da sua baixa tendência para malignidade, pode afectar a qualidade vocal. Embora a associação com hábitos tabágicos seja forte e conhecida, a sua cessação pode ser muitas vezes insuficiente. A fonocirurgia apresenta assim um papel importante nos outcomes a curto e longo-prazo nestes pacientes.

Objectivos: Avaliação de outcomes subjectivos a curto e longo-prazo nos pacientes com Edema de Reinke tratados cirurgicamente

Materiais e métodos: Estudo retrospectivo observacional dos casos de Edema de Reinke submetidos a fonocirurgia entre Julho de 2011 e Julho de 2018 no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia /Espinho, analisando variáveis clinícas e demográficas de relevo. Os outcomes avaliados corresponderam à variação do score de Hirano, do pitch e da melhoria subjetiva reportada pelos pacientes.

Resultados e Discussão: 84 pacientes avaliados, correspondendo a 87 cirurgias realizadas. 57,1% dos casos do sexo feminino, com uma mediana de idades ao diagnostico de 50,1 +/- 9,4 anos. 97.6% eram fumadores. Em 24 casos, a tecnica cirurgica envolveu a utilização de Laser CO2. Não existiu diferença de outcomes entre diferentes técnicas cirúrgicas. Houve uma melhoria estatisticamente significativa maior nos casos em que uma lesão (polipo, pseudocisto) foi excisada no mesmo tempo cirurgico. E uma melhoria significativamente menor nos pacientes com profissões com utlização vocal intensa.

CONCLUSÕES: A microfonocirurgia é uma opção segura e eficaz no tratamento do Edema de Reinke. A melhoria da qualidade vocal atingida deve ser combinada com cessação tabágica, terapia vocal e/ou tratamento de refluxo faringo-laríngeo para prevenção de recorrência.

Palabras clave

Edema de Reinke; Fonocirurgia; Lesão Benigna; Cordas Vocais

Texto completo:

PDF HTML

Referencias

Tavaluc R, Tan-Geller M. Reinke’s Edema. Otolaryngol Clin North Am. 2019;52(4):627-635. doi:10.1016/j.otc.2019.03.006

Reder LS, Franco RA. Benign vocal fold lesions. In: Practical Laryngology. ; 2016. doi:10.1201/b19781-4

Gilbert HR, Weismer GG. The effects of smoking on the speaking fundamental frequency of adult women. J Psycholinguist Res. 1974;3:225-231. doi:10.1007/BF01069239

Marcotullio D, Magliulo G, Pezone T. Reinke’s edema and risk factors: Clinical and histopathologic aspects. Am J Otolaryngol. 2002;23(2):81-84. doi:10.1053/ajot.2002.30961

Sulica L, Behrman A. Management of benign vocal fold lesions: A survey of current opinion and practice. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2003;112(10):827-833. doi:10.1177/000348940311201001

Khodeir MS, Hassan SM, El Shoubary AM, Saad MNA. Surgical and Nonsurgical Lines of Treatment of Reinke’s Edema: A Systematic Literature Review. J Voice. 2019;S0892-1997(19):30344-3. doi:10.1016/j.jvoice.2019.10.016

Geyer M, Ledda GP, Tan N, Brennan PA, Puxeddu R. Carbon dioxide laser-assisted phonosurgery for benign glottic lesions. Eur Arch Oto-Rhino-Laryngology. 2010;267(1):87-93. doi:10.1007/s00405-009-1031-7

Tavaluc R, Herman H, Lin J, Tan M. Does Reinke’s Edema Grade Determine Premalignant Potential? Ann Otol Rhinol Laryngol. 2018;127(11):812-816. doi:10.1177/0003489418796529

Lim S, Sau P, Cooper L, McPhaden A, MacKenzie K. The incidence of premalignant and malignant disease in Reinke’s edema. Otolaryngol Head Neck Surg. 2014;150(3):434-436. doi:10.1177/0194599813520123

Martins RHG, Tavares ELM, Pessin ABB. Are Vocal Alterations Caused by Smoking in Reinke’s Edema in Women Entirely Reversible After Microsurgery and Smoking Cessation? J Voice. 2017;31(3):380.e11-380.e14. doi:10.1016/j.jvoice.2016.06.012

Kim JM, Shin SC, Park GC, et al. Effect of sex hormones on extracellular matrix of lamina propria in rat vocal fold. Laryngoscope. 2020;130(3):732-740. doi:10.1002/lary.28086

Branski RC, Saltman B, Sulica L, et al. Cigarette smoke and reactive oxygen species metabolism: Implications for the pathophysiology of reinke’s edema. Laryngoscope. 2009;119(10):2014-2018. doi:10.1002/lary.20592

Grossmann T, Steffan B, Kirsch A, Grill M, Gerstenberger C, Gugatschka M. Exploring the Pathophysiology of Reinke’s Edema: The Cellular Impact of Cigarette Smoke and Vibration. Laryngoscope. 2021;131:e547-e554. doi:10.1002/lary.28855

Sato K, Hirano M, Nakashima T. Electron microscopic and immunohistochemical investigation of Reinke’s edema. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1999;108(11 Pt 1):1068-1072. doi:10.1177/000348949910801108

Koufman JA, Isaacson G. The spectrum of vocal dysfunction. Otolaryngol Clin North Am. 1991;24(5):985-988. doi:10.1016/s0030-6665(20)31062-8

Zeitels SM, Hillman RE, Desloge R, Mauri M, Doyle PB. Phonomicrosurgery in singers and performing artists: Treatment outcomes, management theories, and future directions. Ann Otol Rhinol Laryngol Suppl. 2002;190:21-40. doi:10.1177/0003489402111s1203

Štajner-Katušicacute; S, Horga D, Zrinski KV. A longitudinal study of voice before and after phonosurgery for removal of a polyp. Clin Linguist Phon. 2008;22(10-11):857-863. doi:10.1080/02699200802130813

Akbari E, Seifpanahi S, Ghorbani A, Izadi F, Torabinezhad F. The effects of size and type of vocal fold polyp on some acoustic voice parameters. Iran J Med Sci. 2018;43(2):158-163.

Tan M, Bryson PC, Pitts C, Woo P, Benninger MS. Clinical grading of Reinke’s edema. Laryngoscope. 2017;127(10):2310-2313. doi:10.1002/lary.26647

Benninger MS. Laser surgery for nodules and other benign laryngeal lesions. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg. 2009;17(6):440-444. doi:10.1097/MOO.0b013e3283317cae

Remacle M, Matar N, Amoussa K, Jamart J, Lawson G. CO2-Laser Surgery for Sulcus Vocalis and Related Lesions. Otolaryngol Head Neck Surg. 2010;143(2_suppl):P78-P79. doi:10.1016/j.otohns.2010.06.115

Moesgaard-Nielsen V, Karlsmose M, Høislet PE. Smoking cessation in chronic Reinke’s oedema. J Laryngol Otol. 1990;104(8):626-628. doi:10.1017/S0022215100113428

Nielsen VM, Højslet PE, Karlsmose M. Surgical treatment of Reinke’s oedema (Long-term results). J Laryngol Otol. 1986;100(2):187-190. doi:10.1017/S0022215100098959

Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.